O Comitê de Infraestrutura do Movimento Pró-Paraná (MPP) e do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) contou em sua reunião semanal desta terça-feira (8/3) com a apresentação do economista e consultor de infraestrutura e logística Luiz Antônio Fayet.
Depois da saudação do presidente do MPP, Marcos Domakoski, o economista discorreu sobre os portos brasileiros e sua relevância para o país. “São uma porta para o mundo”, afirmou, apontando a complexidade das operações portuárias como a entrada, o encostamento e amarração dos navios. A complexidade, pontuou, explica porque são necessárias as ações de muitos órgãos para a liberação de uma embarcação.
Fayet falou sobre as operações invisíveis e tomou como exemplo o combustível bunker, usado na navegação de cabotagem. São necessárias 1500 toneladas do combustível para realizar uma viagem de 45 dias. O especialista descreveu também a operação de carregamento dos navios, em que a norma IMO SOLAS é aplicada para viabilidade do transporte, fazendo com que peças maiores sejam distribuídas no fundo da embarcação. Para tanto, são usados mapas e um sistema digital para localizar e posicionar cada container de modo a garantir o equilíbrio do navio.
As tarifas para movimentação de cargas dentro dos portos, a sazonalidade necessária para evitar impactos climáticos sobre cargas perecíveis e os terminais privados, cuja atividade é regulamentada pela Lei 12.815/2013, que dispõe sobre a exploração direta e indireta pela União de portos e instalações portuárias, também foram pontos abordados por Fayet.
Ao fim da apresentação, Fayet ressaltou que a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) interfere na construção de novos portos, pois demanda a autorização ambiental de grupos privados e povos tradicionais. Para ele, a busca de um sistema portuário de melhor qualidade passa pela conscientização dos diversos setores envolvidos.