Instituições se unem para celebrar os 171 anos da emancipação do Paraná

O Movimento Pró-Paraná, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio) e o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná promoveram na tarde de terça-feira (10/12), na sede da Fecomércio, uma cerimônia para celebrar os 171 nos da emancipação política do Paraná. Criado em 29 de agosto de 1853, no contexto da estabilização das tensões políticas que sacudiram o Brasil desde a Independência, o Paraná, a última Província do Império, teve sua instalação no dia 19 de dezembro de 1853, quando tomou posse o deputado geral Zacarias de Góes e Vasconcelos, estadista que ganhou destaque na era monárquica.

Primeiro a saudar os mais de 100 presentes, o vice-presidente da Fecomércio Ari Faria Bittencourt deu as boas-vindas a todos. “Povos de várias origens aqui no Paraná encontraram um lar. A Fecomercio tem a convocação de que o comércio e os serviços são pilares do desenvolvimento do estado. Com orgulho vemos o Paraná se destacar no cenário nacional. Que esta celebração nos una por um Paraná cada vez melhor”, ressaltou.

O presidente do Pró-Paraná, Marcos Domakoski, destacou a alegria de celebrar a data e a formação multiétnica do Paraná. “Com origens tão distintas nos encontramos no desejo geral de fazer do Paraná uma terra de trabalho e produtividade. O lar de nossos filhos e netos. Um estado em que prevalece a união, o diálogo, a justiça, os bons valores e o bem comum”, ressaltou. Domakoski também agradeceu às instituições mantenedoras que tornam possíveis as atividades de apoio do Pró-Paraná com estudos técnicos nas frentes infraestrutural, cultural, educacional e de desenvolvimento humano.

O desembargador Paulo Roberto Hapner, presidente do Instituto Histórico e Geográfico, ressaltou a evolução do comércio paranaense. “A receita da erva mate era tudo para a província que se estabelecia em 1853. Passaram-se 171 anos e o comércio segue como indutor do desenvolvimento.”

Painel

Após as saudações dos organizados, formou-se o painel com o tema “Consolidação do Paraná”, com os palestrantes Renato Mocellin, Maria Lucia de Almeida Furquim e Adão Roberto Ballico.

Mocelin relembrou a tentativa de separação de Curitiba em relação a São Paulo, em 1811, e pontuou as demais tentativas subsequentes. “Na década de 30 do século XIX foram muitas as rebeliões — balaiada, cabanagem — sempre motivadas pelo peso dos impostos”, destacou Mocellin. “Quando notaram que o movimento de independência do Paraná era irreversível, os paulistas rearranjaram as as áreas para não perderem Iguape e Cananeia para a nova província”, destacou Mocellin citando grandes personagens da história do Paraná.

Maria Lucia Furquim falou sobre a formação do Paraná, marcada pela catástrofe da geada negra. “No Norte do Paraná, companhias de terra estabeleceram cidades planejadas com base na riqueza do café. Com a geada negra, foi necessário diversificar as culturas agrícolas e buscar novas fronteiras, sendo que as hidrelétricas fomentaram a industrialização que caracteriza a região hoje”, pontua.

Coube a Ballico falar sobre o desenvolvimento do Oeste e do Sudoeste do Paraná. “As cooperativas dessa região giram em torno de R$ 50 bilhões ao ano. Das nove cidades na liderança do agro no estado, três são da região: Toledo, Cascavel e Nova Aurora”, frisou. Ballico falou ainda sobre os conflitos agrários que marcaram a colonização dessa parte do Paraná.

Após o painel, o jornalista Rafael de Lala, membro do Movimento Pró-Paraná, entregou ao Desembargador Hapner um livro sobre a formação do Sudoeste do Paraná para compor os Arquivos do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

Conferência magna

A conferência de encerramento da solenidade, com o tema “Paraná – Economia e Política” foi proferida pelo ex-ministro da Saúde Luiz Carlos Borges da Silveira. Empresário e médico com pós-graduação em Saúde Pública pela UFPR, Borges da Silveira atuou na vida pública como vice-prefeito de Pato Branco, como deputado federal, por três mandatos, e como ministro da saúde. No ministério, teve atuação profícua, destacando-se as campanhas de combate ao fumo, a implantação da Rede Sara de hospitais, voltada para tratamentos de locomoção, e a criação do Zé Gotinha, símbolo da vacinação contra a poliomielite.

“Fizemos uma emenda para lutar pelo Fundo Sul, como têm as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Unimos o estado e a região com essa proposta. O Sudeste veio junto para dar mais força. Se conseguirmos, teremos R$ 5 bilhões por ano a mais para fomentar o desenvolvimento em áreas de baixo IDH. Essa união da bancada precisa se repetir em outras iniciativas”, afirmou o conferencista.

Orlando Pessuti, vice-presidente do MPP, encerrou os trabalhos agradecendo aos palestrantes e ao ministro pelos pronunciamentos. “Falar do Paraná é encantador. Por isso agradeço à Fecomércio, que nos recepciona, ao Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, nosso sempre parceiro, e a todos os que aqui estão”.
Sempre animado, Pessuti puxou o coro da canção “Paraná Querido”, da dupla Milionário e José Rico, sendo seguido por muitos presentes e aplaudido por todos.

Histórico

A emancipação paranaense é celebrada em duas datas: a da assinatura da lei de criação e a da instalação, que marca o início da efetiva existência autônoma do Paraná. O sítio histórico que daria origem ao Paraná, então Capitania de Santana, tem registro desde 1534 – há 490 anos; mas por diversas circunstâncias, a emancipação paranaense só ocorreu em 1853.

As primeiras medidas de Zacaria de Góes, Lamenha Lins e dos governantes que os sucederam tiveram como eixo central a atração de imigrantes e povoadores internos para ocupar e tornar produtivo o território, avançando além do núcleo de formação histórica do Litoral e Primeiro Planalto (Curitiba até os Campos Gerais). O Norte Pioneiro e o Grande Norte foi povoado por mineiros e paulistas; o Oeste por catarinenses e gaúchos; detendo-se ambas as correntes ante os maciços montanhosos do Paraná Central. Somaram-se a eles, em cada região, povos que vieram da Europa em busca de uma nova vida no Paraná.

Em razão dessa formação marcada pela característica geográfica é que o Paraná ainda apresenta uma fisionomia de regiões estanques. As administrações estaduais recentes têm procurado acelerar a integração interna com a construção de infraestrutura que favoreça o intercâmbio entre as macrorregiões de povoamento.

Apoio

O evento que marcos os 171 anos da emancipação paranaense foi realizado com o apoio de quase duas dezenas de instituições. São elas:

  • Academia Brasileira Rotária de Letras
  • Academia de Cultura de Curitiba
  • Academia de Letras do Brasil/PR
  • Academia de Letras José de Alencar
  • Academia Paranaense de Engenharia do Paraná
  • Academia Paranaense de Letras
  • Academia Paranaense de Odontologia
  • Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB/PR
  • Associação Paranaense de Imprensa
  • Centro de Letras do Paraná
  • Centro Paranaense Feminino de Cultura
  • Frente Monarquista D. Pedro II
  • Grande Oriente do Brasil-PR
  • Instituto de Engenharia do Paraná
  • Instituto de Relações Internacionais do Paraná
  • Instituto Democracia e Liberdade
  • Liga da Defesa Nacional
  • Observatório da Cultura Paranaense
  • Sociedade dos Amigos de Curitiba Metrópole

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