O presidente do Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski, participou na nesta sexta-feira (14/3) da solenidade que celebrou o 15º aniversário do movimento O Paraná que Queremos, na sede da OAB Paraná. A iniciativa teve início após a exposição de um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), revelado pela série “Diários Secretos”, produzida pela Gazeta do Povo e pela RPCTV. Deflagrada pela OAB Paraná, então presidida por José Lucio Glomb, atual coordenador do Conselho Superior do MPP, a mobilização foi conduzida em parceria com a Associação Paranaense de Juízes Federais do Paraná (Apajufe). A campanha conseguiu mobilizar centenas de entidades e milhares de paranaenses em um esforço conjunto em prol da ética e da transparência na política.
A solenidade comemorativa conduzida pelo presidente da OAB Paraná, Luiz Fernando Casagrande Pereira, contou com a presença de três dos quatro jornalistas que mais produziram material para a série estavam presentes na cerimônia comemorativa – Gabriel Tabatcheik, Karlos Kohlbach e Katia Brembatti. A produção demandou ainda o trabalho de outros repórteres, editores, infografistas, cinegrafistas e fotógrafos.
Adesão
“A intervenção da Ordem deu uma dimensão diferente àquelas denúncias. Queríamos um Paraná ético, à altura de seus cidadãos. Mais de 100 mil pessoas assinaram o manifesto O Paraná que Queremos“, afirmou Glomb. “Não esqueçamos da nossa luta, da nossa história. É a união que pode gerar a mudança. O Paraná que queremos hoje é um Paraná trabalhador, que acorda cedo, seguro, sem violência. Que as pessoas possam transitar livremente. O Paraná que queremos é um Paraná sem corrupção, com uma justiça séria”, completou Glomb.
O presidente Executivo do Grupo Paranaense de Comunicação, Guilherme Cunha Pereira, destacou o trabalho jornalístico e o importante apoio do movimento pela ética. “José Lucio Glomb se engajou de maneira estratégica nesse movimento”, reconheceu. “Esse movimento surgiu da indignação e da capacidade de uma sociedade que assumiu as rédeas de seu futuro”, disse.
Efetividade
O ato público realizado na Boca Maldita, região central de Curitiba, com mais de 30 mil participantes, na noite fria de 8 de junho de 2010, foi um dos momentos mais simbólicos do movimento. “O Paraná que Queremos” resultou na aprovação da Lei da Transparência. O projeto de lei, elaborado pela Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe) e pela OAB Paraná, foi entregue a representantes do poder público no dia 8 de junho de 2010. O documento trazia sugestões de ações com o objetivo de implantar um regime de ética e transparência nos atos públicos da Assembleia Legislativa do Paraná.
Manifestações simultâneas ao evento na Boca Maldita foram realizados em Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Paranavaí, Pato Branco, Campo Mourão, Paranaguá, Marechal Cândido Rondon, Toledo, Imbituva, Rio Negro e Umuarama.
A Lei da Transparência (nº 265/2010) foi sancionada sem vetos pelo então governador Orlando Pessuti, hoje vice-presidente do MPP. O movimento contou com o apoio de cerca de 800 instituições representativas de classe, 1.507 empresas e mais de 98 mil pessoas. O MPP foi uma das entidades a apoiar o movimento. “O Paraná que Queremos nos deixa como legado a lição de que a sociedade precisa não apenas acompanhar, mas se engajar na vida pública”, ressalta Domakoski.
Dentre as autoridades presentes estavam ainda o coordenador do Conselho Administrativo do MPP, Zaki Akel Sobrinho, que era reitor da UFPR na época em que o movimento foi deflagrado, ex-presidentes e conselheiros da OAB.


