O Comitê de Infraestrutura do Movimento Pró-Paraná e do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) recebeu nesta terça-feira (21) o diretor presidente do Grupo EPR, José Carlos Cassaniga. O grupo foi vencedor da concessão do lote 2 das rodovias do Paraná. O encontro foi realizado de maneira híbrida e sediado pela Associação Comercial do Paraná (ACP), em Curitiba.
O presidente do Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski, abriu os trabalhos apresentando um panorama das lutas e conquistas do comitê, destacando a elaboração de estudos e notas técnicas sobre as rodovias do estado. Ele sintetizou o papel das entidades que compõem o grupo. “Temos um exército para o bem do estado. Não temos cor partidária, a nossa bandeira é o Paraná”, afirmou.
Domakoski destacou a importância do debate sobre os modelos de concessão e que o comitê acompanha o processo do lote leiloado desde sua definição até a finalização das obras. “Para nós é uma alegria recebê-los. Vamos trabalhar para que o pesadelo do pedágio fique para trás”, disse.
O presidente da ACP, Antonio Gilberto Deggerone, afirmou a importância da união da sociedade civil para o desenvolvimento das bandeiras defendidas pelo grupo. “Nossa missão na ACP é dar o apoio necessário. Eu acredito no associativismo, que é isso que estamos fazendo aqui, nos reunindo e trazendo soluções”, destacou.
O coordenador do comitê, Luís Roberto Bruel, fez a apresentação do convidado. Executivo com ampla experiência nos setores de concessões de rodovias e de infraestruturas, Cassaniga já atuou como diretor executivo de concessões rodoviárias, diretor presidente de concessionárias e diretor de engenharia corporativa no Grupo Ecorodovias, entre outras funções. Trabalhou, também, para o Grupo CIBE Participações e para a empresa inglesa Roughton International, pela qual empreendeu projetos rodoviários no continente africano. O executivo atuou ainda como diretor e como membro do Conselho Diretor da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).
Ao iniciar sua exposição, o diretor presidente do EPR ressaltou a complexidade que o lote exige e como foi feito o preparo para atuar na região. “É um contrato desafiador, mas por outro lado estudamos muito, nos preparamos muito”, afirmou Cassaniga. “Nos preparamos com garantias, estruturação financeira e preparação técnica”, acrescentou.
O grupo EPR
Cassaniga falou então sobre a formação do grupo EPR, composto pelas empresas Equipav, sócia majoritária, e Perfin, que atua com gestão de fundos de investimentos em infraestrutura. Ele também pontuou que pretende manter o diálogo com o Pró-Paraná: “É uma relação que queremos que continue. Queremos voltar aqui para apresentar as evoluções e eventuais desafios”, afirmou o presidente da EPR.
O grupo atualmente está à frente de quatro projetos, totalizando 2.100 km em rodovias. O lote 2 é a mais nova concessão. Além dele, estão a região do Triângulo Mineiro, o Sul de Minas e as Vias do Café, também em Minas Gerais. Cassaniga defende que um olhar estratégico para o ambiente de concessões federais faz sentido, levando em consideração a evolução reguladora e de modelagem. “Ficamos motivados a participar dos projetos aqui no Paraná dada a grade de serviços que se pode prestar e os benefícios que se pode trazer”, comentou.
O presidente do EPR ressaltou que uma das missões do grupo é a contribuição com o desenvolvimento sustentável nas regiões em que atua e que a EPR está se preparando para iniciar imediatamente o planejamento para a atividade nesse sentido, antes mesmo da assinatura.
“Concordamos com a visão da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] de ter um papel mais ativo, desde a estratégia, e que se enfrentem os desafios de licença ambiental e social”, destacou.
Cronograma
Em relação ao cronograma, o representante do grupo lembrou que, com a homologação realizada em novembro deste ano, a assinatura do contrato deve ocorrer entre janeiro e fevereiro, dando início às operações entre fevereiro e março. Cassaniga apontou que durante o primeiro ano serão realizados os trabalhos iniciais, com o começo das operações, instalação dos postos de pesagem e retomada da cobrança de pedágio.
Linha do tempo Momentos decisivos:
– Ano 1: Trabalhos iniciais Início da operação, postos de pesagem, início da cobrança de pedágio
– Anos 2 a 5: Recuperação – Com início do primeiro ciclo de obras de melhorias no ano 3.
– Anos 3 a 8: Ampliação da capacidade.
– Anos 6 a 30: Manutenção – Com início das obras de faixas adicionais no ano 6.
Perguntas
Cassaniga também respondeu perguntas dos participantes da reunião. Ao ser questionado sobre a concorrência ter tido apenas um interessado e sem desconto, ele argumentou é preciso assumir contratos que tenham viabilidade de execução: “Temos um viés de cumprimento de contrato que para nós é muito importante”. Ele pontuou que o mercado de seguradoras para estrada está bastante desafiador.
O executivo também observou que o patamar tarifário é importante para o cumprimento do contrato e que a EPR só participa de leilões em que a equação fecha. “O cenário está mudando no mercado de concessões, em que não se fomenta mais tanto as disputas tarifárias muito acirradas. Pois é preciso que os projetos sejam sustentáveis por todo o período”, completou Cassaniga.
Em relação a participar da concorrência de outros lotes, ele respondeu: “Nosso desejo é continuar avaliando os próximos lotes e eventualmente nos candidatar”. Mas explicou que procuram olhar com cuidado as modelagens, para evitar a inexequibilidade.
Cassaniga destacou os desafios da rodovia para Paranaguá e do período de chuvas (novembro a janeiro). “Não há dúvidas que o trecho de serra exige de nós algumas importantes especialidades, como geotécnicos, geólogos e especialistas em regimes pluviométricos, entre outros”, disse.
Ao final do encontro, o diretor presidente destacou a importância do diálogo com o Comitê de Infraestrutura e agradeceu o convite. “A manhã de hoje, para nós da EPR, foi muito rica, para poder falar e ouvir. Vamos construir uma agenda sistemática de reuniões. Em breve vamos apresentar nossos executivos que vão estar aqui especificamente”, afirmou.
O presidente do Pró-Paraná encerrou a reunião reafirmando o compromisso com o estado e a abertura para a interlocução com o Grupo EPR. “Nós paranaenses estamos em muito boas mãos, do ponto de vista técnico, com uma empresa idônea, com tradição e disposta a utilizar o que o Paraná tem de bom, prestigiando diversos segmentos”, disse Domakoski. “Ficaremos muito gratos em poder realizar esse encontro para acompanhar o andamento e dar alguns subsídios que possam ajudar a vencer alguns obstáculos”, completou.