O Comitê de Infraestrutura do Movimento Pró-Paraná e do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), discutiu, na reunião semanal realizada na terça-feira (25/11), a situação da segurança energética no país.
A abertura do encontro foi feita pelo presidente do Pró-Paraná, Marcos Domakoski, e por Nelson Gomez, presidente do IEP. Na sequência, o palestrante Victor Ribeiro, consultor estratégico da Thymos Energia, foi apresentado pelo coordenador do Comitê, Luís Roberto Bruel.
Ribeiro iniciou a exposição explicando a transformação acelerada da matriz elétrica brasileira nos últimos anos. A partir de 2021, as fontes solar e eólica ultrapassaram as termelétricas em participação, alterando de forma significativa o perfil de geração energética no país. No entanto, segundo o consultor, a rede elétrica não evoluiu no mesmo ritmo, principalmente por falta de incentivos voltados à modernização.
Ele destacou que, no Brasil, os incentivos têm priorizado a expansão das fontes renováveis, mas sem investimentos proporcionais em monitoramento e tecnologias que aumentem a flexibilidade do sistema. Como consequência, usinas hidrelétricas e termelétricas passaram a suportar maior esforço de rampa, operando de forma mais intensa, sem mecanismos específicos de remuneração para essa função.
Ao analisar o cenário nacional, Ribeiro chamou atenção para a situação do Nordeste, onde o forte crescimento da geração solar e eólica tornou o sistema mais sensível a interrupções. Ele explicou ainda o fenômeno do curtailment, quando é necessário reduzir a produção dessas fontes devido ao excesso de geração ou à insuficiência da rede para absorver energia de forma segura.
O convidado apresentou algumas iniciativas já em andamento, como a criação de sinais técnicos e econômicos para serviços ancilares e de flexibilidade, além do aprimoramento de modelos e critérios que ajudam a medir a necessidade desses serviços e a desenvolver novos produtos voltados à estabilidade do sistema.
Ao concluir, Ribeiro alertou que a transição energética acelerada tem exposto a sociedade a um ciclo de perdas econômicas e de energia não suprida. Para ele, é essencial a incorporação de métricas de resiliência e estabilidade no planejamento dos sistemas elétricos de potência, viabilizando uma transição energética mais segura e com melhor custo-benefício.



