Na reunião semanal do Comitê de Infraestrutura do Movimento Pró-Paraná e do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), realizada nesta terça-feira (15/4), foram debatidos o histórico do setor elétrico no Brasil, além da atual crise enfrentada e de possíveis soluções.
Ademar Cury, coordenador do GT de Energia do MPP e do IEP e diretor da Associação Brasileira de PCH e CGH, esteve presente para expor o tema aos participantes. Luís Roberto Bruel, coordenador do Comitê, realizou a apresentação do convidado.
Cury iniciou sua fala apresentando um contexto histórico do setor elétrico no Brasil, até chegar aos anos mais recentes, em que o cenário foi de crescimento das eólicas, explosão de solares e de implantação de hidrelétricas sem reservatórios.
Na sequência, o convidado expôs o novo marco regulatório definido em 2016, com o intuito de reformar e modernizar o setor elétrico nacional, com a abertura do mercado de energia, a redução de subsídios, modicidade tarifária e descarbonização da matriz elétrica. Entretanto, conforme trouxe o especialista, nem tudo o que foi proposto concretizou-se, uma vez que novos fatos precisaram ser considerados, como o aquecimento global e as mudanças climáticas, crises hídricas e crescimento da carga elétrica.
Falando da matriz elétrica no país, Cury apresentou um panorama da situação nos últimos dez anos e elencou possíveis fatores que contribuíram para a crise de energia no Brasil. Entre as justificativas, apontou a ausência de novas hidrelétricas no período, a oferta de energia superior à demanda e a matriz elétrica desbalanceada.
Abordando possíveis soluções para a crise, ressaltou a urgente necessidade de revisão no setor elétrico brasileiro, por meio da correção de distorções; a viabilização de novas hidrelétricas e PCHs, fundamentais para o equilíbrio da matriz; a superação de barreiras regulatórias e ambientais das hidrelétricas, entre outras.
Por fim, sobre a situação atual de Itaipu, o palestrante trouxe as negociações que estão em andamento, com enfoque principalmente na destinação e aplicação dos excedentes financeiros, já que a Itaipu não pode ter lucro. Na sequência, Cury trouxe possíveis soluções ao Paraná sobre o uso dos recursos excedentes, pontuando situações e programas que poderiam herdar o excedente de arrecadação.